
Na noite do último domingo (11), o Centro de Detenção Provisória de Guarapari (CDPG) foi alvo de tiros, vindos de um carro que ou pela região, segundo levantamento realizado pela equipe que fazia a segurança da unidade prisional. Mas 48 horas depois veio a surpresa: os disparos foram feitos por um policial penal, que utilizou a própria arma de fogo.
Na noite do crime, após cessarem os disparos, policiais penais da Divisão de Escolta e Recaptura Policial (DERP) fizeram uma fiscalização no entorno do CDPG e foi constatado que a ação havia sido realizada a partir da rodovia próxima ao presídio.
Segundo boletim de ocorrência registrado naquela noite, em alguns pontos foram encontradas cápsulas, que após recolhidas seguiram para a direção da unidade.
Mas as investigações do Serviço de Inteligência Prisional identificaram que a ação foi realizada por um integrante da corporação penal. Um policial recém-formado, aprovado no último concurso público para o cargo, e que atua no Complexo de Xuri, está em estágio probatório.
"Ao ser confrontado com as evidências, assumiu a autoria dos disparos. O caso não se tratou de um ataque ou um atentado contra a unidade prisional", informou, por nota, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) e a Polícia Penal do Espírito Santo (PPES).
Afastamento
Em depoimento obtido pela coluna, o policial penal de 32 anos assumiu ter atirado contra o CDPG. Ele já foi afastado de sua função. Atuava no Complexo Penitenciário de Xuri, em Vila Velha, teve a arma recolhida e informou que tinha consumido bebida alcoólica no dia dos fatos.
“Ao ser confrontado com as evidências, ele assumiu a autoria dos disparos e que fez uso de bebida alcoólica, mas não soube explicar o motivo para o ato”, informou o secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco.
Segundo Pacheco, o afastamento aplicado ao servidor é preventivo e faz parte do processo istrativo o qual ele responde. “O trabalho o coloca em uma posição de desconforto na unidade, e sua ação gerou um inconformismo entre seus pares, não é salutar que continue trabalhando, por isto o afastamento preventivo”.
O processo istrativo, que pode ter duração de cerca de 90 dias, será pautado pelas investigações que foram realizadas pelo Serviço de Inteligência Prisional. “Nesta etapa ele poderá se explicar, realizar a sua defesa”, informa o secretário, acrescentando que, como se trata de um afastamento preventivo, o policial continuará recebendo o salário.
Arma
A arma utilizada na ação contra a unidade prisional, e que estava na posse do policial, foi recolhida e entregue ao delegado da Polícia Civil que investiga o caso, junto com as cápsulas que foram recolhidas no entorno do CDPG. O policial tem porte funcional, o que o permite manter a arma fora do horário de trabalho. "Ele pode andar armado as 24 horas", explica o secretário.
Além do processo istrativo, o policial penal será ainda alvo de um inquérito, considerando que promoveu disparo de arma de fogo em via pública, o que é considerado crime.
Atualização
14 de maio de 2025 às 03:30
O texto foi atualizado com novas informações.
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