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Ministério Público investiga Cacau Show por suspeita de más condições de trabalho

Ministério Público investiga Cacau Show por suspeita de más condições de trabalho 5q5s27

Na lista de denúncias estão condições precárias de trabalho, assédio, homofobia, jornadas exaustivas e pressão para participação de rituais 546250

ALEX SABINO 2c4i5n

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Publicado em 3 de junho de 2025 às 09:28

Fábrica da Cacau Show. Empresa foi colocada contra a parede por ex-colaboradores Crédito: Arquivo/Reprodução

O Ministério Público do Trabalho de São Paulo abriu inquérito para investigar denúncias recebidas contra a Cacau Show. A assessoria do órgão informa que o procedimento está em fase de apuração e não há processo judicial aberto. As denúncias foram apresentadas no último dia 16 e estão com a procuradora Patricia Mauad Patruni Isotton, em Itapevi, na Grande São Paulo. Ela afirma, em e-mail obtido pela reportagem, planejar uma audiência para as próximas semanas. >

A denúncia foi enviada pela Associação União de Franqueados, que representa donos de lojas da Cacau Show. A entidade coletou depoimentos de funcionários e ex-funcionários da indústria da Cacau Show e do resort Bendito Cacao, em Campos do Jordão, no interior de São Paulo. Na lista de denúncias estão condições precárias de trabalho, assédio, homofobia, jornadas exaustivas e pressão para participação de rituais.>

A procuradora recebeu também cópias dos livros "A Doce Amargura", que contam experiências de franqueados da Cacau Show. A trilogia foi escrita por Náira Alvim ionoto, ex-dona de loja da franquia, sob o pseudônimo de Helena do Prado. Procurada, a Cacau Show disse não medir "esforços para ouvir e resolver qualquer ponto relatado por franqueados, colaboradores, parceiros e consumidores".>

"Contamos com um canal de denúncia gerido por empresa independente, que garante anonimato e imparcialidade. As denúncias são rigorosamente apuradas e resultam em medidas cabíveis sempre que necessário. Reforçamos nosso compromisso de continuar investigando todos os casos com seriedade, para assegurar um ambiente ético, respeitoso e transparente", afirmou a empresa em nota.>

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Como a Folha de S.Paulo publicou no último sábado (31), franqueados e ex-franqueados da rede fazem uma série de críticas à rede, de taxas consideradas abusivas, ameaças veladas ou diretas recebidas de consultores da empresa, multas teoricamente inexplicáveis e culto à personalidade do fundador da empresa e CEO, Alexandre Costa.>

Todas as acusações são consideradas falsas pela Cacau Show, que tem mais de 4.600 unidades no país, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising). Nesta segunda-feira (2), a empresa enviou mensagem aos franqueados e ao time de vendas, mas sem abordar as reclamações apresentadas. Disse apenas que os conteúdos divulgados "não representam o que somos".>

"Quero deixar claro que rejeitamos veementemente qualquer afirmação ou acusação que vá contra os valores que sempre nos guiaram", afirma o texto assinado por Alexandre Costa. No mesmo dia, Náira, a Helena do Prado, recebeu comunicado da Cacau Show rescindindo o contrato de sua loja em Rancharia, no interior de São Paulo. A empresa disse que a tentativa de venda do estabelecimento não deu certo e que não há mais interesse "na continuidade da relação estabelecida no contrato de franquia". A unidade foi fechada.>

RAIO-X | CACAU SHOW>

Fundação: 1988, na Casa Verde, zona norte de São Paulo>

Lojas: 4.661; 4.287 franqueadas e 374 próprias; grupo também tem hotéis e parque de diversão Revendedores: 81,5 mil>

Produção: capacidade para 30 mil toneladas ao ano>

Faturamento: R$ 5,3 bilhões em 2023>

Principais concorrentes: Kopenhagen, Lindt, Dengo e Brasil Cacau>

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